terça-feira, 25 de novembro de 2014

A luz e a seca na grande metrópole


        Uma das cidades mais populosas e ricas do Brasil, São Paulo vem enfrentando o drama da falta de água. A metrópole brasileira vem sendo vítima da aridez de seus mananciais. A falta de estiagem e de planejamento das autoridades faz com que os 11 milhões de habitantes não tenham acesso ao bem precioso. Hoje, atividades corriqueiras como tomar banho e beber água se tornaram um desafio na vida dessas pessoas.




Sistema Cantareira. Fonte: Internet 


         A escassez de água já chegou a 67 municípios entre São Paulo e Minas Gerais e atingiu cerca de 24 milhões de pessoas. Em março, a crise do Sistema Cantareira, formado pelos rios Jaguari e Jacareí, fez com que o nível do sistema chegasse a 14,6%, o mais baixo desde quando foi criado, em 1974. Em outubro, o volume baixou para 12,8%, mesmo utilizando uma segunda reserva técnica. O sistema Cantareira, que mata a sede de 6,5 milhões de pessoas, perde um ou dois décimos percentuais de sua capacidade a cada dia, segundo dados da Revista Exame.

         O modelo energético do Brasil, baseado em hidrelétricas, embora seja o mais sustentável do mundo, acaba tendo uma forte dependência das chuvas no país, que nesse período houve índices abaixo de 40% da média histórica, em 2014.

         O risco de racionamento de energia passou dos 5% considerados aceitáveis em 2014, atingindo 18,5% em fevereiro, segundo relatório da consultoria PSR - consultoria nos setores de eletricidade e gás natural. Para complicar, o uso de energia em janeiro de 2014 foi 12% maior do que em janeiro de 2013, por conta do intenso calor. As obras em andamento para expansão da oferta/distribuição apresentam atrasos e as consequências da implantação da Medida Provisória 579/12 (redução do preço da energia) pioraram ainda mais a situação, segundo a Revista Exame.

         Mas o problema da energia elétrica não está apenas limitado a São Paulo. O controle da energia elétrica é feito pelo ONS, Operador Nacional do Sistema Elétrico, que atua em âmbito nacional. “Os investimentos no setor elétrico são, em geral, feitos por iniciativa privada e promovidos pelo governo federal. Houve grande crescimento da energia eólica no país, mas a demanda por energia elétrica é muito maior. Além disso, o vento não é tão abundante na região sudeste. Quanto à energia solar, sua expansão ainda está em fase preliminar. Todas estas energias alternativas demandam recursos naturais e podem sofrer dos mesmos problemas que as hidroelétricas”, explica o professor Delberis Lima, da área de Sistemas de Energia.

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