terça-feira, 25 de novembro de 2014

Fugas de energia ainda são problemas relevantes no setor

        As fugas de energia elétrica são perdas que comprometem o setor de distribuição. Apesar de inserida no Sistema Interligado e na rede das distribuidoras, a energia elétrica não chega a ser comercializada, seja por motivos técnicos ou de ordem comercial. As perdas técnicas, que são próprias do sistema, são referentes à energia que se perde no processo. Um dos motivos é o chamado "efeito joule" que, em função do aquecimento dos fios condutores em decorrência da própria passagem de energia, acaba resultando nessas perdas. Já as fugas comerciais, ou não-técnicas, são os furtos ou fraudes de energia, os famosos "gatos". Ao aprovar a metodologia de revisão tarifária, a agência estimula a distribuidora a combater as perdas, ou seja, coloca uma meta para a empresa tentar cumprir e isso é reconhecido na tarifa.


        A tabela abaixo mostra informações sobre perdas no Brasil entre os anos de 2008 e 2012, onde é vista pequena oscilação entre aquelas técnicas e não-técnicas.


Fonte: Tabela cedida pela Assessoria de Imprensa Light


UPPs e os "gatos"



        Desde a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a distribuidora Light conseguiu reduzir, até 2012, 90% dos "gatos" de energia em cinco comunidades do Rio de Janeiro. Questionada sobre nova porcentagem dessa taxa atualmente, a assessoria da Light afirmou estar em período de silêncio por conta da divulgação do balanço financeiro nos próximos dias.


        Após a instalação das UPPs, a taxa de adimplência de pelo menos três locais pacificados ultrapassou a média de toda a área de concessão da empresa no estado.

       Antes das unidades, o Morro Dona Marta, na Zona Sul do Rio de Janeiro, apresentava desvio de 90% da energia fornecida à comunidade, após as UPPs não passou de 1,31%.

       Se antes o carro da Light nem entrava nas comunidades por causa da presença de traficantes armados, hoje a empresa já instalou diversos postes novos e realizou consertos nos locais. Os gatos diminuíram e o ICMS disparou.

      A medida não foi do nada. No primeiro mês, cobrou-se apenas metade do consumo da família e a cada mês aumentava-se em 2% o valor até que se atingisse 100% da conta. Para completar, a empresa distribuiu 12 mil geladeiras novas nas áreas pacificadas e trocou lâmpadas comuns por fluorescentes em prol da sustentabilidade e economia de energia.

      Yago Pereira, de 19 anos, morador do Morro Dona Marta, diz que logo depois da instalação das UPPs, algumas contas de luz vieram com valores um pouco altos, mas nada que escapasse do controle: "Aqui na comunidade, se eu lembro, acho que foi ano passado, boa parte dos moradores foi às ruas protestar contra o aumento da conta de luz porque estava sendo cobrado um preço muito abusivo. Alguns dizem que o preço baixou sim, outros não falaram nada a respeito", afirma. Sobre os "gatos", Yago diz que uma minoria ainda pratica tal ato, mas que geralmente a Light percebe e corta a rede da pessoa." As quedas de luz diminuíram significativamente, exceto em alguns dias de chuva, quando justamente já ficávamos temerosos com uma eventual falta de luz. A chegada da Light ajudou bastante, pois assim os moradores aprenderam a valorizar a energia, e ter consciência do que está sendo gasto", completa.


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